18 de mai. de 2011

Simplicidade

Já reparou que há uma tendência ao retorno à simplicidade? Claro, o mais fácil de se observar são as relações de consumo: cada vez mais as pessoas quando vão às compras trazem de casa sacolas de pano ou sacolas plásticas duráveis, tanto as famosas ecobags quanto aquelas que nossas mães e avós levavam à feira. Ou ainda optam por utilizarem caixas de papelão disponíveis nos mercados. Aliás, há mercados que fazem o "dia sem sacola de plástico". 
 
Há ainda produtos absolutamente impensáveis há alguns anos e que agora começam a fazer sucesso, como o absorvente feminino reutilizável e as fraldas de pano com estampas, quase uma volta aos anos cinquenta, mas com muito mais apelo de mercado.
 
E os orgânicos, cada vez mais comuns nas prateleiras dos grandes mercados? Bem, a forma de produção orgânica, isto é, sem o uso de aditivos agrícolas, sementes transgênicas e agrotóxicos, nunca deixou de existir, mas hoje estão certificados, com embalagens interessantes e com preços mais salgados que os alimentos produzidos da forma tradicional. E é interessante notar que vários consumidores preferem pagar um pouco mais caro em seus alimentos para garantir que terão uma alimentação mais saudável.
 
E após o consumo, claro, vem o lixo, ou melhor, os resíduos sólidos. Há o incentivo à separação em orgânicos e secos e também à própria reciclagem e reutilização das embalagens. Além, é claro, de várias empresas optarem por embalagens mais simples ou mesmo a venda à granel, como nos antigos mercadinhos.
 
É comum também várias pessoas deixarem em casa seus carros - ou mesmo vendê-los - e optarem por fazer seus percursos de bicicleta ou mesmo de transporte coletivo. Há toda uma cultura de valorização dos ciclistas, mesmo em cidades que não têm ciclovias ou mesmo passeios em boas condições.
 
De forma geral, muitas pessoas estão procurando simplificar suas vidas e é interessante notar que essa é uma tendência em vários países. Talvez tenham se cansado de toda essa cultura da abundância e do desperdício ou quem sabe simplesmente se tornaram um pouco mais conscientes de todos os impactos negativos do nosso modo de vida. Sério, é difícil dizer com certeza quais são as causas desse retorno à simplicidade, mas o bom é que parece não ser algo passageiro.
 

16 de mai. de 2011

Bagunça florestal

Charge retirada de http://guibastyle.blogspot.com/
E toda essa bagunça pra aprovar o Código Florestal? E o bate boca entre Marina e Aldo, na maior lavagem de roupa suja antiga. E o fato de mudarem o relatório assim na véspera da votação? Enfim, fica todo esse dilema entre ruralistas e ambientalistas sem nunca chegar em um consenso. Ok, realmente não acho legal diminuir esse tanto as áreas de proteção permanente e a reserva legal, mas também sei que praticamente todos os pequenos agricultores estão com alguma ilegalidade em relação ao código atual, seja pelo desrespeito aos limites das APPs e das RL, seja por algum outro crime ambiental (o prazo para a regularização e averbação das RL termina em junho!). Sei também que o código atual é ainda da década de sessenta e muita coisa aconteceu nesse tempo, mas será que não dava para conseguir um meio termo? Um equilíbrio entre o novo e o antigo, entre ruralistas e ambietalistas, afinal de contas é muito reducionismo dividir os interesses de proteção ambiental entre somente dois pólos. Mas enfim, vamos ver o que acontece, talvez ainda nessa semana teremos algum avanço!